Comunidade Portuguesa no Brasil reage ao ultimato inglês

Antes de descrever a imagem, vamos a um pouco de História. A Inglaterra da raínha Vitória, o "império onde o sol nunca se punha" pretendia em África unir com territórios seus as cidades do Cairo à cidade do Cabo. Era o tempo em que, na Conferência de Berlim, África era partilhada a "régua e esquadro". Portugal participou na Conferência de Berlim, e tinha o célebre "Mapa cor de rosa" que pretendia unir Angola a Moçambique. Isto ia contra os interesse britânicos que intimaram Portugal a abandonar esses territórios sob a ameça de guerra através de um ultimato que ficaria conhecido por "Ultimato Inglês". Assim foi feito, Portugal abandonou os territórios mas houve uma reacção contra os ingleses nunca vista, gerando-se uma onda de anglofobia: foram proíbidas palavras inglesas como beef, quem tinha condecorações britânicas devolveu-as a Inglaterra, os subditos ingleses em Portugal também viam a sua integridade física ameaçada, fez-se uma subscrição publica para comprar um couraçado para enfrentar a armada britânica. Comprou-se o Couraçado "Adamastor" que, curiosamente, virá a ser um dos navios envolvidos em 1910 na implantação da República. É nesta onda de anglofobia que, notamos no carácter da notícia que suspenderam a compra de produtos ingleses, segundo informação proveniente da Bahia.
A informação foi retirada de O Conimbricense de 1 de Fevereiro de 1890, Jornal n º 4426, p. [3].